segunda-feira, 15 de novembro de 2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ce tem Bruchove?

é um ventilador que gira tão fraco
e meu corpo s'enflame
espero que algo aconteça
- vida surpreenda [positivamente]
mas é um ventilador tão fraco
e esperar todo mundo espera
mas tudo o que se faz é invocar o nome de alguém
principalmente depois da meia noite.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sobre dois

ela sai do banheiro e da sala pergunta, tá fedido?
não.
engraçado... quando é você quem faz fede.
não é bem assim. não estou sentindo daqui, mas deve estar fedendo, é que a distância do quarto pro banheiro é bem considerável. nem pense que sua merda é melhor que a minha pra feder menos haha, é só que a gente que faz a própria merda não sente tanto.
tá. vou usar o bom ar.

domingo, 12 de setembro de 2010

Fixas

ela acorda
de manhã
abre a janela
nua recebe o sol
e vai cantar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vindo de outro lugar

que tal se mudar de tema?
riscar um fósforo
olvidar a boca
e ascender a pena

molhar o cimento de água do mar
secar um pouco com o corpo
e o corpo com o vento

acordar de manhã e cantar
te acordar de manhã e te cantar

olhos doloridos de sal e de sol precisam de beijos
durma bem.

domingo, 29 de agosto de 2010

Um abraço e um tudo bem

antes

mãos agitadas, fala acelerada e por vezes gaguejada. aquela velha sensação de que é preciso externar. pulsação de um ensaio de escola de samba, garganta sufocada, suor. entropia. a velocidade do carro não acompanha a do pensamento, da fala, do falo. luzes possibilitam várias leituras de um mesmo cenário, e é você quem comanda. aos amantes todas as promessas: é o que resta. gertrudes vive dentro da sua garganta, consegue sentir onde está preso? a tentativa doí neahm. quanto mais terá aí dentro?!

depois

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sobre canto

tem gente que dá uma acima
ou uma abaixo
e tem gente que faz os dois
há escolha;
o mais importante é o ritmo.

domingo, 4 de julho de 2010

Sobre quadros

tá. oquei. vá se enganar com algumas bocetas pra chupar. enquanto isso minha boca descasca e se machuca em qualquer outro lugar. mas a vida é isso mesmo. algumas fotos nunca vão mudar, ficarão por anos no mesmo lugar e serão as mesmas sensações todas as vezes que forem vistas. são quase cinco e o disco toca pela segunda vez e o nome dele é afterlife. já que sites de relacionamento também é vida e nossas vidas acabam se embaraçando neles: tudo está diminuindo, miudecendo sabe. sabe não né? tá. finge que sabe... e que se importa com um não e com um sim. pequeno assim é o que passa enquanto se puxa com os olhos. nossas comunidades em comum perdem seus números e todo mundo diz que não gosta de dramas lésbicos, mas a gente quer é ver troar. ficar ligado nas línguas - músculo mais poderoso do corpo, e o qual você procurava motivos pra usar. enfiava, não era superficial. aham. sim. já até sei o que vai dizer. então não fale. você está tão violentável... que dá até vontade de chamar um negão pra fazer o serviço dele com você... sabe qual é? sabe nada. você não aprendeu muita coisa com filmes pornôs.
quase nada.
e assim a fita passa, e as horas só podem parar aí, bem no meio desse passar. e se você tivesse um passamento?! e se você gemesse?! sempre era eu que tinha que mostrar. tira a roupa agora! quero ver seu pau mole balançar. quero ver seu pau mole balançar, quero ver seu pau mole balançar! haha agora é a hora mais certa de puxar. vou sentar naquele sofá e te observar. quantos dedos você vai usar? bota a mão toda bota. até te ajudo a botar. mas não pode gritar, abafa porra e sorri do jeito mais bonito que souber. você ainda tem vida e suspira ar. amarra ele na cama. só tenho uma coisa pra te falar, então ouça querido: o serviço do negão é comer. e alguém tem que ceder. chupo três paus de estranhos até um deles gozar, se nesse dia você aprender a chorar. puxa com os olhos.

domingo, 27 de junho de 2010

Why don't you

ela entrou.
jogou a bolsa no sofá, pegou tolha e acendeu a luz. trancou a porta sem ter o costume de fazê-lo. tirou a roupa, se olhando no espelho. água quente nas costas, uma bochecha contra o azulejo e o corpo dava a curva daquela coisa que liga o chuveiro. já tinha entrado chorando. parou e chorou mais. pensou nele, pensou em outro, confundiu os dois. e tentando tirar ambos de qualquer lugar enfiou a mão entre as coxas tateando sua fundura. uma lágrima caiu e se confundiu com a queda duma gota de vapor no box. percebeu que não adiantava... que o lugar de um homem não fica só entre as pernas. tentou se encontrar novamente no espelho, agora marcado de vapor. chegou à porta e só então percebeu que tinha se trancado e constatou que quase nunca faz isso.

domingo, 30 de maio de 2010

Quase infantil

sabe aquela sensação de fechar os olhos na direção do sol e ver as cores que se formam dentro? se você aperta os olhos elas mudam. se você relaxa um pouco muda de novo. se relaxa totalmente também muda. sabe o que é mais legal? brincar com esses movimentos, acelerá-los e desacelerar. passe a mão na frente dos olhos, sem encostar neles, com os braços tipo fazendo um ângulo de noventa graus. aqui também você pode dosar a velocidade. a sensação é engraçada, você meio que consegue ver a sombra do seu braço. enfim. é sempre bom saber que tenho dentro de mim um arco-íris pra me divertir.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Joelhos ralados em baixo d'água

meu coração
é alguém chorando no fim de tarde
chuvoso de uma avenida movimentada
esperando que alguém perceba

meu coração
é aquele canal
que a antena não sintoniza
e faz shiiiiiiii

meu coração
é todas as coisas
que não foram ditas
com joelhos ralados

meu coração
é poesia
que não quer terminar

meu coração
é aquela pedra
que cai dentro d'água

meu coração
é a desculpa do pau torto
que por ser grande
nunca vai se endireitar

terça-feira, 16 de março de 2010

Quarto de cinzas

ele chegou
ela no escuro
fazendo qualquer coisa
ele ascendeu a luz
esperou um obrigado
ela primeiro estranhou
depois entranhou
e ele foi embora levando o que trouxe

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Encarnado

a vida bate
e onde doí
fica vermelho

a boca beija
e vermelha

o sangue corre
e é vermelho

o rosto
ele vermelha logo depois

o machucado quando cai a casca
fica vermelho

o sexo estimulado
vermelha e produz branco

a carne é vermelha por dentro

marte é vermelho
o sol do japão é vermelho
o da áfrica é vermelho quase laranja

quase laranja
mas vermelho
mais vermelho

vermelho é cor básica
e a teoria diz que é secundária
amarelo + magenta =

vermelha é a falta
e como se fica
logo após a confissão

domingo, 3 de janeiro de 2010

Sobre coisas tortas

sensação de livro que se acaba é como angústia de quadro torto. você às vezes sente alivio pelo fim ou fica alguns instantes remoendo as histórias... que às vezes parecem com a sua vida, ou que você dentro dessa sua cabecinha faz parecer, para ficar mais dramático ainda e poder assimilar melhor a narrativa, que vai ficar na sua querida memória emotiva reavivada principalmente nas noites solitárias de sábado. quanto ao quadro torto às vezes tudo o que você quer é se levantar e endireitar ele, mas então você percebe que é melhor ele continuar torto porque você precisa de algo que te dê algum sentimento, porque dizem que viver é sentir, fazendo disso então algum sentido em sua existência aparentemente sem explicação, por você mesmo, e confirmada por várias outras pessoas idiotas que se acham superiores porque dizem sim ou não para alguma coisa. e são essas mesmas pessoas que falam de um disco, um livro ou um filme sem ter gastado ao menos cinco minutos com eles.

Livro Primeira Aparição da Manhã - Luciana Andradito

  SINOPSE “Primeira aparição da manhã” é uma seleção de poemas que compõem a primeira obra literária da escritora Luciana Andradito. Produzi...